sábado, 26 de novembro de 2011

SONHADO MUNDO ILESO... NA CORRENTEZA DE UM MAR DE PECADOS (IV)

Já sentados no conversível vermelho,
Estacionados na gare do aeroporto
Este corpo, inesperadamente velho,
Não queria abandonar o teu conforto.

Despedimo-nos com um demorado abraço
E os rostos estampados de desgosto.
É que a vida não modifica o traço
Do destino, nem mesmo com "fogo posto".

Mesmo assim ofereci-te uma viagem
Para a terra do meu sul, do sol, do sal
Esperando por assomo de coragem
Qu' ilumine minha Ilha e Portugal.

Já nas escadas conduzido à aeronave,
Qual soldado que não olha para trás
Quando chega perto de hostil entrave
Eu sentia-te a dizer: "Amor... não vás!"

Foi então que olhei para tás, mas não te vi...
Era tempo de te encontrar no futuro...
Eu, que um dia muito amei tal qual sofri,
Saberia procurar-te pelo escuro...

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