sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Caminhos proibidos (foto de Chris Ramos)


Por caminhos sinuosos
Apesar de olhar o mar,
E momentos tortuosos
Que afectam teu bem-estar,

Vou escalando esta montanha
... Sob efeito violeta
E alguma artimanha
D' alguém que toque a sineta.

Somos cabras do rebanho
E bodes de mau pastor
Ávido dos seus bons banhos
Impregnados de rancor.

Por entre essas pedras soltas
Circulam as falsidades
Que fazem orelhas moucas
Às nossas fragilidades.

Mar azul da aparência
Em que espelho te revês?
No céu da clarividência
Ou na cama do marquês?

Somos carne para canhão,
No leito desses doutores
Que, da vil governação,
Não distinguem os pudores.

Nos caminhos proibidos
Por varões irregulares
De madeira, são sortidos
Os pruridos dos teus pares.

Quem, outrora bestial
Por fazer aquele favor,
É jogado ao matagal
Sem clemência, nem pudor.

Eis aqui, no precipício,
Postergado de razão,
Quem cultivou frágil vício
E caiu na tentação.

No momento, duma hora
Em que o Sol não vai nascer
É julgado, sem demora:
Condenado a morrer!"

Sem comentários:

Enviar um comentário