quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Último Desejo (Noel Rosa) e um novo valor musical brasileiro (Maira Freitas)

Nosso Amor que não esqueço
E que teve seu começo
Numa festa de São João.
Morre hoje sem foguete,
Sem retrato, sem bilhete,
Sem luar, sem violão.

Perto de você me calo,
Tudo penso, nada falo,
Tenho medo de chorar.
Nunca mais quero o seu beijo,
Mas meu último desejo
Você não pode negar:

Se alguma pessoa amiga
Pedir que você lhe diga
Se você me quer ou não:
Diga que você me adora
Que você lamenta e chora
A nossa separação.

E às pessoas que eu detesto
Diga sempre que eu não presto
Que meu lar é uum botequim.
Que eu arruinei sua vida
E não mereço a comida
Que você guardou para mim.

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A última versão deste lindíssimo poema de Noel Rosa foi interpretada por Maira Freitas, em dueto com Martinho da Vila, num CD dedicado por este cantor a temas Noel Rosa.

A voz de Maira Freitas é pujante e, para meu espanto, encontrei recentemente o seu próprio CD (produzido por Martnália, filha de Martinho da Vila) à venda, que muito apreciei ouvir.

Depois da grande perda musical que representou para mim o falecimento de Cesária Évora, o surgimento de Maira Freitas no panorama da música que consegue ouvir é um alento e uma esperança.

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